quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

EUA: Velho Oeste – Mesa Verde (out/2010)


Veja também os demais posts da série “EUA: Velho Oeste”: “Tratados como bandidos!”, “Grand Canyon”, “Antelope Canyon”, "Monument Valley" e “Dah-he-tih-hi”.


Depois de visitarmos o Monument Valley Navajo Tribal Park fomos para o Parque Nacional de Mesa Verde.

Conta a estória que em 1888, dois cowboys, que procuravam gado perdido em uma tempestade de neve, pararam à beira de um desfiladeiro de paredes íngremes e avistaram pela primeira vez os vestígios dos muros e torres das habitações.  

Descendo até as ruínas, eles encontraram ferramentas de pedra, cerâmica e outros artefatos em salas que haviam sido desabitadas há cerca de 600 anos. Maravilhados com a descoberta deram às ruínas o nome de Cliff Palace.

Cliff Palace

Mesa Verde é o único parque nacional americano criado para proteger uma obra feita pelo homem. São ruínas feitas por antigos povos nativos e abandonadas ao redor do ano de 1200. Como não deixaram nada escrito, pouco se sabe desse povo, chamados pelos navajos de “anaasázi”, que significava “antigos inimigos”.

Hoje os arqueólogos crêem que os anasazi podem ter sido vítimas de seu próprio sucesso. Sua agricultura em terreno seco permitiu à população de Mesa Verde crescer até cerca de 5000 pessoas. Gradualmente as florestas foram destruídas, a caça selvagem dizimada e o solo esgotou sua produtividade. O sofrimento decorrente de anos de seca com pouca colheita pode ter sido agravado por disputas entre as aldeias. No final do século 13 os anasazi deixaram a região, para nunca mais voltar.

Spruce Tree House

Os anasazi formaram uma civilização de cultura muito avançada para a época em que viveram e estiveram espalhados por todo sudoeste americano. Apesar de terem sido considerados “extintos” por muito tempo, hoje sabe-se que os seus descendentes são os índios Hopi, Zuni, entre outros povos da região.

As ruínas de Mesa Verde são de embasbacar, construídas em fendas de rochas, dependuradas em despenhadeiros de mais de 100m. E aí fica a pergunta, vivendo nessas pirambeiras, como é que levavam água lá para as habitações. Enquanto eu pensava em toda a complexa logística para carregar água para o uso das centenas de pessoas que viviam nessas “cidades”, a solução encontrada pelos anasazi foi muito mais inteligente e engenhosa. Cada “pueblo” era construído em uma fresta de rocha e em cada uma delas tinha uma fonte natural de água.

Cliff Palace

Compramos nosso ingresso no dia anterior e a guarda florestal fez um baita terrorismo de que levaríamos pelo menos duas horas até chegarmos ao local da primeira visita guiada, o Cliff Palace, devido a obras na estrada.

Detalhe do Cliff Palace

No dia da visita acordamos cedinho e antes do amanhecer, já estávamos dentro do parque. Apesar do terrorismo feito, não encontramos uma única barreira ou empregado trabalhando, mas vimos muita vida selvagem.  Estava pra lá de breu. Víamos silhuetas de animais na beira da estrada que desapareciam antes que pudéssemos identificar que bicho era.

Como fotografar esses animais “fantasmas” era algo impossível, não deixei o equipamento preparado. Mas como todos sabem, a lei de Murphy tarda mas não falha. Foi só clarear mais um pouco que vimos um belo coiote que nos ignorou solenemente e seguiu seu caminho. Você nem imagina as manobras pouco ortodoxas que fiz com o carro e com a câmera para tentar fotografá-lo. Não deu!!! O melhor resultado foi essa foto meio fora de foco!

Coiote

Aprendida a lição, deixei a câmera pronta no banco traseiro. Valeu a pena, pois mais adiante vimos um bando de veados campeiros como esse aí. Se no Horseshoe Bend, perto do Antelope Canyon, odiei a mim mesmo por não ter uma grande angular mais ampla, desta vez dei graças por ter uma teleobjetiva decente. Essa foto foi tirada com distância focal 300.

Veado campeiro

As ruínas do Cliff Palace são simplesmente embasbacantes! Habitadas no seu apogeu por mais de 100 pessoas, esse pueblo tinha mais de 200 cômodos!

Cliff Palace

Além do Cliff Palace, outra ruína impressionante é a Balcony House, que fica dependurado na beira de um baita despenhadeiro. Se alguém cair, dá para pensar um bocado na vida até a pancada no fundo do precipício.

Entrada da Balcony House - dê uma olhada na pirambeira!!!

Confesso que é um passeio nem um pouco recomendável para quem tem medo de altura!!!

Balcony House


Um comentário:

  1. Comentário de Luciana Avanci em 19/10/2010:

    Edu, Vcs são privilegiados! Que viagem!!!! Estou me divertindo com a sua narração e curtindo demais as suas fotos! Excelentes registros, parabéns!

    Abs, Luciana.

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