quinta-feira, 15 de novembro de 2012

México: Día de Muertos





O México, ao contrário do Brasil, tem um grande percentual de indígenas na sua população. Cerca de 20% entre indígenas puros e mestiços. Além disso, com uma civilização avançada, a asteca, existindo aqui quando os espanhóis chegaram, é natural que a influência da cultura indígena seja muito forte no dia-a-dia dos mexicanos.

Altar público em homenagem a esta senhora
Para os indígenas não existiam as figuras de paraíso e inferno. Para eles existia o inframundo, onde habitavam as pessoas que morreram. Da mesma forma, a morte não era um evento de tristeza, mas algo que dava alegria pelo encontro daqueles que partiam com os seus antepassados. E quem partia, não deixava os que ficavam abandonados. Eles retornavam de tempos em tempos para partilhar momentos com seus entes queridos.

Túmulo na entrada do cemitério de Chiapa de Corzo



É óbvio que toda essa cultura se chocava com a crença católica e, assim como no Brasil, aqui também houve o sincretismo religioso, a adaptação das crenças locais ao catolicismo que então chegava.

Homenagem a três entes queridos
Assim, enquanto no dia 2 de novembro, o Dia dos Mortos, choramos os nossos mortos no Brasil, aqui no México é um dia de festa, de MUITA festa!!! É o dia em que todos se reencontram com os queridos que já se foram deste mundo.


Até crianças participam da grande festa do Dia dos Mortos
E como receber tão ilustres visitantes, que vêm de uma longa viagem? Com muita alegria, a alegria do reencontro. 
Os cemitérios ficam lotados durante as vigílias
É o momento em que eles são recebidos, com a música que gostavam, dança, com a comida que apreciavam, um copo de tequila, uma garrafa de cerveja ou uma taça de vinho e até mesmo um cigarro aceso! Isso tudo colocado em altares construídos nas próprias  casas ou nos cemitérios, junto de suas fotos, livros e muitas, muitas flores!

Músicos são contratados para tocar para os mortos
Aos que visitam seus entes queridos nos cemitérios, é toda uma noite de vigília junto à tumba, onde se reúne toda a família, desde os mais velhos até as crianças.
"La Catrina", figura onipresente na cultura mexicana
E é claro que essa vigília é acompanhada com muita música, comida, bebida e conversa, onde são contados causos daquele que partiu.

A "esposa" da Catrina
Gente, é uma festa lindíssima e repleta de emoção! Para nós brasileiros, chega a ser algo surreal!!!

Menina fantasiada de morto-vivo
Já tinha lido muito sobre a festa do Día de Muertos no México, mas o que vi superou a melhor das minhas expectativas. Algo que jamais esquecerei!!!

Flores para um ente querido

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